Miguel
Torga
https://www.facebook.com/Miguel-Torga-A-Cria%C3%A7%C3%A3o-do-Mundo-231708357028803/?hc_ref=NEWSFEED&fref=nf
| 
PRENÚNCIO 
Na tarde calma,
  ondula 
A
  invisível ramagem dum poema. Uma secreta brisa, Que apenas se adivinha, Percorre o mundo íntimo das coisas E acorda em sobressalto As folhas do silêncio. 
Falta ainda o poeta… Mas a evidência Da sua voz É como a luz do sol quando amanhece: De tão branca, parece Que descora a ilusão da madrugada… Antes ele não viesse, E em cada solidão se mantivesse Esta bruma de música sonhada. 
Diário VII 
Gerês, 27 de Agosto de 1958. | 
En la tarde calma y ondulada 
El invisible ramaje de un poema. 
Una secreta brisa, 
Que apenas se adivina, 
Recorre el mundo íntimo de las cosas 
Y despierta en sobresalto 
Las hojas del silencio. 
Falta aún el poeta... 
Pero la evidencia 
De su voz 
Es como la luz del sol cuando
  amanece: 
Que decora la ilusión de la
  madrugada... 
Hasta que el no viniese, 
Y en cada soledad se mantuviese 
Esta bruma de música soñada. 
Diário VII 
Gerês, 27 de Agosto de 1958. | 
 
 
 
No hay comentarios:
Publicar un comentario